Esboço sobre o legado de Hegel na teoria da história de Bakunin e Marx
Article mis en ligne le 26 février 2023

par Eric Vilain

Para Hegel, a história é a sucessão de estados de uma única substância, o Espírito universal, cujos elementos alimentam o conflito interno e o tornam concreto. Assim, os conflitos religiosos, as guerras, são a encarnação da Idéia que torna-se realidade. A noção de Idéia para Hegel precisa ser explicada. Para o filósofo, a história deve ser compreendida através do pensamento : “É preciso observar com o olho da razão que penetra na superfície das coisas e perfura a aparência variegada dos acontecimentos” – que é a forma hegeliana de expressar que se deve olhar além das aparências. O que faz história é o espírito subjacente aos acontecimentos, o espírito guia dos povos.

A história tem um significado, tende a um objetivo, Deus, que Hegel “seculariza” de certa forma (um anacronismo, é certo) chamando-o de “Idéia”, ou “Espírito Absoluto”. A história tende a um desenvolvimento da racionalidade, moralidade e liberdade, mas o desenvolvimento da sociedade civil não é um progresso constante. É o resultado de tensões constantes entre forças contrárias que garantem seu progresso contínuo.

A descontinuidade do progresso ocorre quando as leis, as instituições e a moral não estão mais em sintonia com os tempos, com o Espírito. Quando estas tensões atingem um ponto crítico, uma erupção é necessária para destruir a velha ordem.