PREÂMBULO A "OUTRO BAKUNIN"
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Article mis en ligne le 22 février 2023
dernière modification le 26 février 2023

par Eric Vilain

A origem deste trabalho, iniciado em 1988, vem de um evento perfeitamente fortuito. Eu havia folheado a coleção de textos filosóficos de Marx e Engels publicados pela Éditions sociales (editora do Partido Comunista Francês) e li a nota biográfica sobre Bakunin no final do volume. Dizia que o revolucionário russo estava “sem nenhum treinamente teórico”, o que me irritou um pouco. Eu sabia desde meu tempo no “Centre de sociologie libertaire” de Gaston Leval, um conhecedor de Bakunin, que o revolucionário russo tinha uma formação hegeliana.

Então, comecei a escrever um texto para provar o contrário. Minha intenção não era ir além de uma brochura de dez ou vinte páginas. Eu me vi envolvido em um caso quase interminável. Eu havia puxado o pedaço de lã que estava saindo e o tricô inteiro saiu.

É verdade que ao lê-lo, se percebe que ele às vezes falava do grande filósofo alemão. Então, comecei a ler Hegel e descobri que todo o pensamento do Russo estava impregnado de sua filosofia. Depois foi Fichte, Kant, Feuerbach, Spinoza, Descartes... Bakunin não é um autor que borrifa seus textos com citações, mas o pensamento desses filósofos, e especialmente Hegel, está lá, permanentemente, entre as linhas, e é preciso saber como localizá-los. Hegel permeia literalmente todo o pensamento de Bakunin, no que eu chamaria de uma forma “subliminar”.