Présentation de « Monde-Nouveau »

Monde-Nouveau est un site qui a pour ambition de présenter une réflexion sur la société sans aliénation économique ni oppression politique.

Le nom du site est une référence au livre que Pierre Besnard, l’un des fondateurs de la CGT-SR, écrivit en 1934 : Le Monde nouveau. Dans ce livre, Besnard décrit, à partir d’un examen de la situation concrète de son époque, ce que pourrait être le fonctionnement d’une société dans laquelle les producteurs maîtriseraient leur destin.

Vision utopique ?

Oui, si on entend par utopie la description détaillée d’une société parfaite répondant à des désirs fantasmatiques et dans laquelle on voudrait « organiser le bonheur » sans tenir compte des faits.

Non, si on entend par là une réflexion sur ce que pourrait être une société désaliénée à partir de la réalité de la société d’aujourd’hui. Un programme politique n’est-il pas une sorte d’utopie ? « Un programme politique n’a de valeur que lorsque, sortant des généralités vagues, il détermine bien précisément les institutions qu’il propose à la place de celles qu’il veut renverser ou réformer », disait Bakounine.

Pourtant nous ne prétendons pas proposer un programme comme le ferait un parti se présentant aux suffrages des électeurs.

Nous voulons proposer des pistes de réflexion permettant d’aboutir à un projet de société.

Il se trouve que le mouvement libertaire, contrairement à l’idée reçue, fourmille de réflexions constructives. Ses auteurs ont tracé des perspectives, des lignes conductrices générales pour la société future.

Ces germes de la société nouvelle se trouvent en grande partie présents dans notre vie d’aujourd’hui.

• C’est pourquoi nous voulons proposer à la réflexion des lecteurs les textes classiques de ce mouvement : Fernand Pelloutier, Pierre Kropotkine, Pierre Besnard, Gaston Leval, et beaucoup d’autres.

• Mais les propositions constructives doivent aussi s’accompagner de réflexions critiques. Aussi présenterons-nous des textes des auteurs du mouvement libertaire, ainsi que des réflexions critiques plus actuelles sur le fonctionnement du système capitaliste.

• Enfin, nous présenterons des textes permettant de situer la contribution libertaire dans le mouvement socialiste, textes qui permettront de rendre justice à une pensée extraordinairement féconde.

Les derniers articles
Plan du site

Stirner, the Individual and Society

par Eric Vilain

Article mis en ligne le 27 avril 2025

Stirner is not an anarchist, nor is he an individualist. Nevertheless, he remains an essential representative of Hegel’s legacy and, as such, deserves to be studied. The basis of Stirner’s critique is the elimination of everything that is sacred because it is a source of enslavement ; not only religion as such, but also all idealisation : good, freedom, love, etc. It is therefore difficult to see him sacralising the individual. His concern is his individuality.

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DU GAZ A GAZA

MONDE LIBERTAIRE. – FEVRIER 2024

par Eric Vilain

Article mis en ligne le 21 avril 2025

L’existence de gaz au large de la bande de Gaza n’est pas un fait récent puisque dès 1999 des champs gaziers dénommés Marine 1 et Marine 2 ont été identifiés, avec des réserves estimées à 35 milliards de mètres cubes assurant douze années de production à raison de 1,5 milliard de mètres cubes par an. Ce champ, qui se trouve à 36 kilomètres à l’ouest de Gaza, a d’abord été développé, à la demande de l’Autorité palestinienne, par British Gas en 2000 mais cette société s’est rapidement retirée du contrat. Royal Dutch Shell a repris le projet en 2016 mais s’est à son tour retirée en 2018.

Depuis, les Palestiniens sont à la recherche d’investisseurs. Le caractère peu sécurisant des relations entre l’autorité palestinienne et les autorités israéliennes, pour qui le projet doit être soumis à la « coordination entre les services de sécurité » et la nécessité de « maintenir la sécurité et les intérêts de l’État d’Israël sur l’affaire »1 (lire : le contrôle d’Israël sur la production), n’incite sans doute pas les investisseurs à se précipiter.

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VI. – Comentários sobre "Black Flame". – Anarco-sindicalismo nos primeiros textos

par Eric Vilain

Article mis en ligne le 5 avril 2025

“Foram os anarquistas, adversários do Estado, que, em suma, deram a fórmula, ou pelo menos participaram mais diretamente na formação da fórmula sindicalista atual. A concepção revolucionária, foram eles que a introduziram nos Congressos corporativos dos quais participaram de forma ativa, aproximadamente desde a criação da Federação das Bolsas de Trabalho : 1892) (...) Pelloutier era um anarquista ; Tortelier também, lembramos.”
(Maxime Leroy, 1913)

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V. – Comentários sobre "Black Flame". – CGT, sindicato e revolução

par Eric Vilain

Article mis en ligne le 2 avril 2025

O nascimento na França de um movimento chamado “sindicalismo revolucionário” é o resultado de uma série de fatores históricos muito precisos :

• O esmagamento da Comuna de Paris e a repressão implacável que se seguiu imprimiram na classe trabalhadora uma oposição visceral ao Estado, à polícia e ao exército. Aqui reside a fonte do antiestatismo e do antimilitarismo que naturalmente encontraremos no movimento operário francês.

• Após a Comuna, houve um período de reconstituição das organizações da classe trabalhadora, lento no início, depois cada vez mais significativo. Este processo foi acompanhado por um aumento significativo no número de greves.

• Esta foi uma época em que os democratas radicais, os “socialistas burgueses”, como Bakunin os chamava, demonstraram intensa atividade no controle das organizações dos trabalhadores e na canalização delas na direção da reconciliação do capital e do trabalho.

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IV. – Comentários sobre "Black Flame". – Anarquistas e sindicalismo

par Eric Vilain

Article mis en ligne le 1er avril 2025

Inicialmente, o movimento anarquista do final do século XIX na França não era particularmente orientado para a ação no movimento operário. Como escreveu Jean Grave em 1899 : “A emancipação humana não pode ser obra de nenhuma legislação, de nenhuma concessão de liberdade por parte daqueles que governam ; só pode ser obra de um fato consumado, de uma vontade individual que se afirma através de ações.”

O primeiro número de Les Temps Nouveaux (4 a 10 de maio de 1895) dizia quase a mesma coisa :
“A emancipação humana não pode ser obra de nenhuma legislação. Deve ser o resultado da vontade individual. Bastará que eles [os indivíduos] queiram ser livres e certamente encontrarão os meios para alcançá-lo.”

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III. – Comentários sobre "Black Flame". – Conceitos inadequados

par Eric Vilain

Article mis en ligne le 1er avril 2025

Os autores de Black Flame usam um conceito, o de Tradição Anarquista Ampla, que lhes permite agrupar sob o mesmo nome práticas e movimentos históricos de natureza anarquista, próximos ou descritos como próximos do anarquismo.

O que Michael Schmidt e Lucien van der Walt chamam de “anarquismo de massa” (isto é, do ponto de vista deles, anarquismo comunista) + sindicalismo revolucionário) é um conceito que permite a inclusão do anarquismo e do sindicalismo revolucionário em uma única categoria, o que historicamente não se justifica. Tanto o anarquismo “de massa” quanto o anarquismo insurrecionalista fariam parte da Tradição Anarquista Ampla, mas seriam distinguidos por duas “estratégias” diferentes. O que é questionável na abordagem de Schmidt e van der Walt é que eles não dizem que muitos militantes anarquistas eram relutantes, até mesmo hostis, ao sindicalismo, e que as relações entre o anarquismo e o sindicalismo revolucionário nem sempre foram idílicas.

Além disso, como o insurrecionalismo é caracterizado por seu antissindicalismo e oposição à
organização, é difícil entender como ele pode ser classificado sob o título “anarquismo” ao mesmo tempo que “anarquismo de massas”, cujas orientações estratégicas são completamente opostas. Então, quando nossos dois autores quiserem explicar que o sindicalismo é uma “estratégia” do anarquismo, eles terão que nos explicar esse paradoxo. Eles só criam confusão.

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II. – Comentários sobre “Black Flame”. – Associação Internacional dos Trabalhadores

par Eric Vilain

Article mis en ligne le 31 mars 2025

Para Bakunin, a AIT deveria permanecer um movimento de massa cuja principal atividade era a solidariedade e o apoio às lutas dos trabalhadores. Ciente do desenvolvimento cultural desigual do movimento operário internacional, ele acreditava que a AIT não deveria adotar um programa único que inevitavelmente não seria adequado a todos os lugares, mas que a liberdade de debate dentro da Internacional acabaria por produzir uma certa homogeneidade.
A Aliança Bakunin tinha naturalmente a função de ajudar a desenvolver secções da Internacional onde não existiam – como era o caso em Espanha – mas era também, de certa forma, uma “guardião”, ou seja, tinha que garantir que o controle político fosse impedido por uma organização externa.

Bakunin mostra que se o objetivo da Internacional é de fato a supressão do sistema capitalista, isso não exclui a necessidade de ações de protesto diárias. Isso mostra que não há incompatibilidade entre um e outro ; Pelo contrário, a organização do movimento operário internacional constitui uma preparação que lhe permitirá estar pronto quando chegar a hora. Cabe ressaltar que a revolução não é, no texto de Bakunin, um acontecimento desencadeado artificialmente, é um fato que ocorre “pela força das coisas”. Estamos, portanto, a cem léguas da perspectiva insurrecional.

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I. – Comentários sobre “Black Flame”. – Definição de anarquismo

René Berthier

par Eric Vilain

Article mis en ligne le 31 mars 2025

Ao afirmar que “há apenas uma tradição anarquista, e ela está enraizada na obra de Bakunin e da Aliança”, os autores de "Black Flame" estão convocando o movimento libertário a aceitar seu ponto de vista, o que não é exatamente um bom começo quando se afirma não querer criar uma ortodoxia22. Além disso, há uma certa inconsistência em afirmar, por um lado, que apenas o legado de Bakunin pode ser descrito como anarquista, enquanto se inventa um conceito abrangente, a “ampla Tradição Anarquista”, na qual se acumulam pessoas,
movimentos e organizações descritos como anarquistas, mas cujas raízes na obra de Bakunin não são de todo óbvias.

Finalmente, dizer que há “apenas uma tradição anarquista”, “enraizada na obra de Bakunin e na Aliança”, na verdade exclui todos os outros pensadores anarquistas, a menos, é claro, que se considere que eles também estão enraizados na obra de Bakunin : haveria muito a dizer sobre o “enraizamento” de Kropotkin e Malatesta na obra de Bakunin, mas não vou entrar nesse assunto. A maneira como Schmidt e van der Walt abordam seu pensamento sobre o anarquismo é fechar o máximo de portas possível.

A questão central de "Black Flame" é como definir o anarquismo e como estabelecer critérios definidores para distinguir o que é e o que não é “anarquista”. Uma definição é a declaração das qualidades próprias e essenciais de um objeto, ou a explicação da natureza de uma coisa pela declaração de seus principais atributos. Agora é virtualmente impossível encontrar uma definição de anarquismo que seja satisfatória para uma proporção razoavelmente satisfatória de pessoas : cada definição é virtualmente exclusiva de outras definições. A menos, é claro, que encontremos uma “chave” que nos permita encontrar coerência onde reina a “anarquia”.

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Mutualism and gradualism in Proudhon

par Eric Vilain

Article mis en ligne le 29 mars 2025

There is a temptation in the anarchist movement to radically separate Proudhonian mutualism from anarchist doctrine, as if it were a foreign body, and in any case an approach to be rejected because it is tainted with ‘reformism’. It is unlikely that the militants who adopt this attitude have really read Proudhon, whose preference for peaceful means stems from the trauma he suffered following the massacres of workers in June 1848, but who does not exclude the use of force if necessary.

Proudhon’s interest in mutualism stems above all from his observation of the
practices of the French labour movement, practices which he then theorised

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The question of the conquest of power and the programme in "Social-Democracy & Anarchism in the International Workers’ Association"

René Berthier

par Eric Vilain

Article mis en ligne le 26 mars 2025

The problem of how the workers’ movement should be organised has been set out as the ‘Marx-Bakunin’ debate. But there was no debate – at least not in the sense of two adversaries faithfully elaborating their positions against each other. The Marx-Bakunin ‘debate’ resulted with Bakunin, James Guillaume, the Jura Federation, and then almost the whole of the labour movement (as organised at that time), being excluded from the rump IWA.
Bureaucratic manoeuvres that were a model of their kind were used by Marx, Engels and friends. According to George Haupt, Karl Marx’s refusal to engage with Bakunin in a debate on policy was above all of a tactical order. Marx’s every effort tended to diminish and minimalize Bakunin, to deny his rival any theoretical consistency. He refuses to recognise Bakunin’s system of thought, not because he denies his consistency, as he peremptorily affirms, but rather because Marx seeks in this way to discredit him and to reduce him in dimension to the head of a sect and an old-fashioned conspirator.

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A propos de "Les Chemins du communisme libertaire en Espagne" de Myrtille Gonzalbo

par Eric Vilain

Article mis en ligne le 11 mars 2025

Myrtille Gonzalbo a récemment publié deux livres sur l’anarchisme
espagnol :

• Les Chemins du communisme libertaire en Espagne 1868-1937. Et
l’anarchisme devient espagnol 1868-1910, Éditions Divergences, 2017.

• Les Chemins du communisme libertaire en Espagne, 1868-1937 L’anarcho-syndicalisme travaillé par ses prétentions anticapitalistes, 1910-juillet 1936, Éditions Divergences, 2018.

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